poetizar
Porque hoje é o dia mundial da poesia, deixo aqui as minhas singelas palavras...
na enseada do meu ser
calo a minha vontade
temeroso, quiçá
na quimera da vida
almejo a candura
nego-lhe a vontade
regresso ao chão descoberto
onde só eu me deixo entrar
6 comentários:
Uma enseada fechada, cedo ficará com águas paradas... e as águas paradas apodrecem, viram lodo, lama...
Não te feches nunca, renova, recicla... vive e deixa-nos, aos que te queremos tanto bem, entrar...
Beijo
Querida amiga Natacha, obrigado pelas tuas palavras amigas.
São elas que me têm feito pensar, e me têm ajudado.
Foi precisamente no seguimento daquela nossa conversa, em que dizias e muito bem, que eu de certo modo fugia, que decidi escrever este poema, a ver se com ele perco esse mau habito.
Obrigado pela tua amizade.
Beijinhos!
Não é preciso escrever versos e versos de poesia, tu dizes em meia dúzia de linhas, várias coisas muito importantes sobre ti...
Um poema muito gracioso!
"na quimera da vida
almejo a candura"...
Gosto muito de ler frases simples, bonitas e sentidas. Mas faz-me pensar no Homem que veio do campo, foi para a cidade e esqueceu tudo o que era.
Nao o aceitará, dirá que é o mesmo, mas há quem se deixe deturpar pela cidade. E aqueles que julgam ansiar pela candura, muitas vezes ja se corromperam.
Um abraço
Daniel
Aos poucos vais lá! Estou certo disso.
fantástico, Lampejo! com o tempo (de tanto bater com a cara contra o muro) aprendi que é melhor não nos fecharmos muito, que se o outro à nossa frente é um muro, imediatamente atrás há uma planície aberta, e há rios e mais montanhas e mais vales e enseadas e mar, muito mar. realmente, não é preciso fugir, só olhar noutra direcção. e, apesar desse mundo todo à espera de ser descoberto, e paradoxalmente, há espaços onde nunca mais ninguém entrará, porque são nossos e de mais ninguém! de certa forma, são a nossa forma de sobreviver.
abraço (e força)
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