sábado, 21 de março de 2009

poetizar

Porque hoje é o dia mundial da poesia, deixo aqui as minhas singelas palavras...


na enseada do meu ser
calo a minha vontade
temeroso, quiçá

na quimera da vida
almejo a candura
nego-lhe a vontade

regresso ao chão descoberto
onde só eu me deixo entrar

6 comentários:

Unknown disse...

Uma enseada fechada, cedo ficará com águas paradas... e as águas paradas apodrecem, viram lodo, lama...

Não te feches nunca, renova, recicla... vive e deixa-nos, aos que te queremos tanto bem, entrar...

Beijo

lampejo disse...

Querida amiga Natacha, obrigado pelas tuas palavras amigas.
São elas que me têm feito pensar, e me têm ajudado.
Foi precisamente no seguimento daquela nossa conversa, em que dizias e muito bem, que eu de certo modo fugia, que decidi escrever este poema, a ver se com ele perco esse mau habito.

Obrigado pela tua amizade.

Beijinhos!

Bruce disse...

Não é preciso escrever versos e versos de poesia, tu dizes em meia dúzia de linhas, várias coisas muito importantes sobre ti...

Um poema muito gracioso!

Daniel C.da Silva disse...

"na quimera da vida
almejo a candura"...

Gosto muito de ler frases simples, bonitas e sentidas. Mas faz-me pensar no Homem que veio do campo, foi para a cidade e esqueceu tudo o que era.

Nao o aceitará, dirá que é o mesmo, mas há quem se deixe deturpar pela cidade. E aqueles que julgam ansiar pela candura, muitas vezes ja se corromperam.

Um abraço

Daniel

Tongzhi disse...

Aos poucos vais lá! Estou certo disso.

paulo disse...

fantástico, Lampejo! com o tempo (de tanto bater com a cara contra o muro) aprendi que é melhor não nos fecharmos muito, que se o outro à nossa frente é um muro, imediatamente atrás há uma planície aberta, e há rios e mais montanhas e mais vales e enseadas e mar, muito mar. realmente, não é preciso fugir, só olhar noutra direcção. e, apesar desse mundo todo à espera de ser descoberto, e paradoxalmente, há espaços onde nunca mais ninguém entrará, porque são nossos e de mais ninguém! de certa forma, são a nossa forma de sobreviver.
abraço (e força)