segunda-feira, 22 de janeiro de 2007

Portuga desenrascado

A muito que ouço a velha máxima do portuga ser bom no desenrasca! Não que isso seja um defeito, em certas ocasiões na vida domestica até vai dando jeito.
Mau é quando está jeito natural para o desenrascanço se vai estendendo para a esfera profissional, e a luz de um diploma desadequado, sem o mínimos conhecimentos na matéria, se vai ocupando cargos para os quais não se esta minimamente preparado, deixando assim de fora um profissional correctamente habilitado.
Ouvimos por vezes dizer que este país não anda para a frente, talvez um dos motivos seja preciosamente esta velha máxima, que erradamente vai continuando a habitar nas nossas mentes, e com isso decapitando os mais habilitados.
Porquê não aplicar aqui a velha máxima, "cada macaco no seu calho". Deixemos os profissionais correctamente habilitados exercer o seu conhecimento.
Não é minha pretensão com este post ferir qualquer susceptibilidade, por isso não irei aqui nomear nenhum exemplo em concreto, em que uma determinada classe profissional evade literalmente o espaço de outra.

6 comentários:

Anónimo disse...

Amigo
há um certo número de características a que o português está completamente apegado, a maior parte delas negativas, da qual a que mais me incomoda é a falta de civismo; também usamos e abusamos do "cinzentismo", somos algo "oportunistas, etc. e tal.
o desenrascanço é, sem sombra de dùvida, a mais notória, mas não de todo, negativa, pois estamos tão adaptados que muitas vezes somos brilhantes nessa matéria.
Mas, com tudo istó, é muito bom ser Português...

Anónimo disse...

À partida e por princípio, nada tenho contra o «desenrascanço» individual. Mas quando se transforma em estratégia colectiva prova a ausência de algo muito importante numa sociedade verdadeiramente desenvolvida: planeamento. E neste sector estamos, definitivamente, muito atrasados.
Quanto ao «canibalismo profissional» que referes, não estou a ver de momento nenhum exemplo que me ajude. Mas uma coisa é certa: a máxima salazarenta de que «isto é um país de doutores» é uma das maiores perversidades do Estado Novo, pela qual estamos hoje a pagar caríssimo... Por isso é que certos políticos ousam dizer as m...das que dizem!...
A formação de um povo é fundamental! De quantos exemplos mais precisaremos para perceber esta evidência?... Sem escola não há nada. Não há futuro.

Anónimo disse...

País do desenrasque?! Sem dúvida, mas também o país do chico-espertismo, do pato-bravismo, do neo-liberalismo desenfreado, da tecnocracia aberrante, da inveja assumida, da cultura apardalada e da impune "fecundação" do próximo. E não... não estou com um ataque de lamúria. :P

Tongzhi disse...

Eu acho que é, de facto, uma "característica" muito nacional. E em certos casos até resulta. Mas quanto a profissionalismo, não tem muita ligação. A bem dizer, é como quando prendemos as hastes dos óculos com um alfinete... com o parafuso fica melhor, mas desenrasca!

Anónimo disse...

bem, meus caros, vamos lá a ver: Não tive que ir a entrevistas nem que enviar curriculos em todos os empregos que já tive. Foi o factor C, talvez, mas acho que não, até porque grande parte dos empregos - dos bons empregos - não são anunciados, são lugares de confiança. Não estou a ver uma empresa contratar gente sem habilitações, experiência ou conhecimentos. Quanto aos empregos na função pública, aí já não digo o mesmo. No entanto, no universo das autarquias, que conheço relativamente bem, apesar das chefias serem nomeados, a competência é o critério que leva á sua nomeação, existindo mm casos em que esses técnicos não são do mm partido que a maioria do executivo camarário.

lampejo disse...

Meu caro Pinguim, como gosta a morrer os maus hábitos.

Sem duvida Ric, a formação faz de nós pessoas mais atentas, prontas a enfrentar novos desafios...

Catatau, pena que assim seja. Acho que se cultivássemos o nosso lado positivo, chegaríamos mais longe ( a historia tem bons exemplos).

Tz, deveríamos ver o desenrascanço como uma solução a curto prazo e nunca a longo prazo, como muitas vezes, erradamente, é vista.

Meu caro Serrano, como em tudo na vida, existem honrosas excepções...