terça-feira, 2 de janeiro de 2007

Sonhos de menino

Certo dia um menino sonhou ser alguém, professor primário de aldeia, alfaiate. Sonhou ser tal como os grandes mestres da antiga Grécia, detentor de múltiplos saberes.
No fundo via o futuro risonho, cheio de sonhos, esperanças, paz e amor...
Hoje quase não sonha, assiste com tristeza a guerras, desavenças no seio da humanidade, que não levam a nada, apenas enaltecem ódios, afundam a humanidade e conduzem a destruição do planeta azul.

Queria que o mundo,
fosse um jardim,
onde nele se planta uma flor,
e se colhe um sorriso,
onde se fala de amor,
e se colhe mais um sorriso,
onde se dá por prazer,
em troca de um sorriso.

Vestir o mundo de verde,
na esperança de ver,
os sonhos de menino.

10 comentários:

Anónimo disse...

Estou em crer que hoje em dia a consciência da perda da inocência é ainda mais dolorosa. Não sei bem, talvez porque tudo me parece muito mais intenso, tanto o bem como o mal...

Tongzhi disse...

Menino,
Não deixes de sonhar...
Abração!

Anónimo disse...

Sonhar, tal como Navegar, é preciso!
Um abraço

lampejo disse...

Ric,Intensamente vivido...

TZ, o menino bem queria, "mas a fada não vem..." ;)

E como, EZ. Abraço.

Aqui fica uma achega:

Como um sonho acordado

Como se a Terra corresse
Inteirinha atrás de mim
O medo ronda-me os sentidos
Por baixo da minha pele
Ao esgueirar-se viscoso
Escorre pegajoso
E sai
Pelos meus poros
Pelos meus ais
Ele penetra-me nos ossos
Ao derramar-se sedento
Nas entranhas sinuosas
Entre as vísceras mordendo
Salta e espalha-se no ar
Vai e volta
Delirante
Tão delirante
É como um sonho acordado
Esse vulto besuntado
A revolver-se no lodo
A deslizar de uma larva
Emergindo lá do fundo
Tenho medo ó medo
Leva tudo é teu
Mas deixa-me ir

Arrasta-me à côncava da funda
Do grande lago da noite
Cruzando as grades de fogo
Entre o Céu e o Inferno
Até à boca escancarada
Esfaimada
Atrás de mim
Atrás de mim
É como um sonho acordado
Esses olhos no escuro
Das carpideiras viúvas
Pelo pai assassinado
Desventrado por seu filho
Que possuiu lascivo
A sua própria mãe
E sua amante

Meu amor quando eu morrer
Ó linda
Veste a mais garrida saia
Se eu vou morrer no mar alto
Ó linda
E eu quero ver-te na praia
Mas afasta-me essas vozes
Linda

Tens medo dos vivos
E dos mortos decepados
Pelos pés e pelas mãos
E p'lo pescoço e pelos peitos
Até ao fio do lombo
Como te tremem as carnes
Fernão Mendes

Fausto, in "Por este rio acima"

mfc disse...

A esperança... é o sonho!
...ou ainda é o sonho!

Anónimo disse...

... Mas o medo, nestes nossos dias, está a ser usado, manipulado, com a intenção certeira de nos cortar a esperança e, assim, a capacidade e o desejo de sonhar. Não podemos ceder.
«É pelo sonho que vamos.» Que temos sempre ido e que iremos sempre!
Obrigado pelo Fausto! Adoro!

Anónimo disse...

Deixa, que o destino ainda se há-de cumprir!

Adoro esse album do Fausto!...

Tongzhi disse...

Também gosto muito desse album do Fausto. Só o tenho em vinil... e a aparelhagem pifou!

lampejo disse...

Assim seja Catatau...

Tz, procura encontrar se existe a edição em cd... ;)

Anónimo disse...

Sonhos de um menino que se podem transformar em pesadelos deste "admirável mundo novo".