sexta-feira, 6 de abril de 2007

Citação íntima: Paulo Coelho*

"Embora o meu objectivo seja compreender o amor, e embora sofra por causa das pessoas a quem entreguei o meu coração, vejo que aqueles que me tocaram a alma não conseguiram despertar o meu corpo, e aqueles que tocaram o meu corpo não conseguiram alcançar a minha alma."

"Tudo me diz que estou prestes a tomar uma decisão errada, mas os erros são uma maneira de agir. O que quer o mundo de mim? Que corra riscos? Que volte de onde vim, sem coragem de dizer "sim" à vida?...
Se tenho que ser fiel a alguém ou a alguma coisa, em primeiro lugar a mim mesma. Se busco o amor verdadeiro, preciso primeiro de ficar cansada dos amores medíocres que encontrei. A pouca experiência de vida que tenho ensinou-me que ninguém é dono de nada, tudo é uma ilusão - e isso vai dos bens matérias aos bens espirituais. Quem já perdeu alguma coisa que tinha como garantia (algo que já me aconteceu tantas vezes), acaba por aprender que nada lhe pertence."

"O amor não está no outro, está dentro de nós mesmos; nós despertamo-lo. Mas para este despertar precisamos do outro. O Universo só faz sentido quando temos alguém com quem partilhar as nossas emoções."


"A paixão faz a pessoa deixar de comer, dormir, trabalhar, estar em paz. Muita gente fica assustada porque, quando aparece, derruba todas as coisas velhas que encontra.
Ninguém que desorganizar o seu mundo. Por isso, muita gente consegue controlar essa ameaça, e é capaz de manter de pé uma casa ou uma estrutura que já esta pobre. São os engenheiros das coisas superadas.
Outras pessoas pensam exactamente o contrário: entregam-se sem pensar, esperando encontrar na paixão as soluções para todos os seus problemas. Depositam na outra pessoa toda a responsabilidade pela sua felicidade, e toda a culpa para a sua infelicidade. Estão sempre eufóricas porque algo de maravilhoso aconteceu, ou deprimidas porque algo que não esperavam acabou por destruir tudo.
Afastar-se da paixão, ou entregar-se cegamente a ela - qual destas duas atitudes é a menos destrutiva?
Não sei."

"Pensei muito, e descobri que não entrei naquele café por acaso; os encontros mais importantes já foram combinados pelas nossas almas antes mesmo dos corpos se verem.
Geralmente, esses encontros acontecem quando chegamos a um limite, quando precisamos de morrer e de renascer emocionalmente."

"»O soldado vai para a guerra matar o inimigos? Não: vai morrer pelo seu país. A mulher gosta de mostrar ao marido o quanto está contente? Não: quer que ele veja o quanto se dedica, o quanto sofre para o ver feliz. O marido vai para o trabalha pensando que encontrará a sua realização pessoal? Não: dá o seu suor e as suas lágrimas pelo bem da sua família. E por aí vamos: filhos que renunciam aos sonhos para alegrar os pais, pais que renunciam à vida para alegrar os filhos, dor e sofrimento justificando aquilo que devia trazer apenas: amor.
...«"
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* - in Onze Minutos

4 comentários:

Unknown disse...

Gostei de me sentar à volta da fogueira.

Parabéns! Voltarei!

Anónimo disse...

Este texto abarca tanta cisa, amigo Lampejo, que é difícil pegar no fio à meada...
mas um dos aspectos que mais se torna importante aqui, é o papel da paixão. Será a paixão algo que no seu todo é positiva, ou pelo contrário, leva-nos a abismos que nós próprios não conhecemos? cabe a cada um, conhecedor de si próprio e vivendo a realidade da paixão, responder. Eu, pessoalmente, só suporto a paixão como veículo indispensável para algo muito mais consistente, o Amor!

MrTBear disse...

Concordo com a Natacha.
É bom sentarmo-nos um pouco à volta desta fogueira, embora, às vezes, se saia um pouco mais melancólico do que se entrou.
BOA PÁSCOA

lampejo disse...

natacha, obrigado, volta sempre que quiseres...

pinguim, o texto é algo cumprido, mas quase todo ele gira a volta do conceito: Amor. Sem duvida que a paixão pode ser o veículo do amor.

mrtbear, eu cá espero que todos vós se sintam confortáveis à volta desta minha fogueira, nas como na vida, ela também tem momentos de melancolia. Mesmo que eu não vós queira contagiar com este sentimento...
Bom resto de uma Boa Páscoa.