domingo, 29 de julho de 2007

Recordações

quando a vida
desgasta os sentidos
resgato do fundo
as memórias perdidas

espanto a saudade
com lembranças garridas
emalo a verdade
o perfume das nossas vidas

bebo da lembrança
o sumo da vida
o que desígnio alcança
da tua presença cálida

lambo as feridas
das batalhas perdidas
das memórias rasgadas
das vidas passadas

guardo o resto da amargura
nos escombros da vida
da inocência pura
para sempre calada

visto de esperança
mesmo que fugidia
de cores vadias
na cadência desta dança

respiro o calor
da fogueira da vida
os pedaços de amor
guardados na calada

10 comentários:

Anónimo disse...

E a vida continua...

Anónimo disse...

Hum... isto tem dedicatória?... ;)

Unknown disse...

Quanto mais leio... mais gosto do que escreves e fico grata pelo dia que "te" descobri...

Beijinhos

Anónimo disse...

"Poeticamente falando"
E falas/escreves tu muito bem!
É um prazer sentar-me à volta desta fogueira.
Um abraço grande!

RIC disse...

Cada vez melhor!
Eu também sou daqueles que acham que recordar também é viver (desde que não nos viremos em definitivo para o passado e não nos tornemos saudosistas. No meio é que está a virtude, não é o que se diz?...)

João Roque disse...

A tua poesia alcança aqui um dos seus melhores momentos.
Parabéns.

lampejo disse...

Arion, continua pois, o tempo não para...
Abraço!

Catatau, indirectamente, pois das memórias fazem parte pessoas e locais...
Abraço!

Natcha, fico feliz por saber que gostas...
Beijinhos!

jnavarro, também é um prazer ter-te por cá.
Abraço!

Ric, obrigado pelo elogio. :)
Sim, não devemos carregar o passado nas costas...
Abraço!

Amigo Pinguim, este poema por acaso deu-me muito prazer em escrever e ao lê-lo também o achei um dos meus melhores...
Obrigado. :)
Abraço!

Shadow disse...

Temos poeta!
Gostei de ver que a «brasa» já não era :pseudo-poeta :-)

Beijinhos!:-)

lampejo disse...

Querida shadow, o pseudo-poeta evoluiu... ;)

Beijinhos... :)

Vanidade disse...

Tem ritmo, tem cadência, tem beleza. Parabéns